Abrir o próprio negócio tem um custo alto de investimento e envolve diversas despesas. Como uma solução alternativa e econômica a esse cenário, profissionais freelancers, pequenas empresas ou até mesmo autônomos, investem nos coworkings como opção para tirar suas ideias do papel. A lógica é compartilhar o ambiente de trabalho e recursos de um escritório entre os frequentadores para tornar os custos mais acessíveis. Esse é um campo que vem ganhando cada vez mais força, conforme aponta levantamento mais recente feito pela Coworking Brasil, organização que reúne os dados do setor. O número de espaços com esse perfil aumentou 401,6% entre 2015 e 2018, somando 1.194 unidades e movimentando cerca de R$ 127 milhões.
Mensalmente, aproximadamente de 214 mil pessoas frequentam os espaços compartilhados, seja em uma estação de trabalho, participando de reuniões ou mesmo indo a eventos realizados no local. O serviço está presente em todos os 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Na lista de cidades com maior número de escritórios compartilhados figura em primeiro lugar São Paulo/SP (273), Rio de Janeiro/RJ (102), Belo Horizonte/MG (62), Curitiba/PR (42) e Brasília/DF (35).
Adepto ao coworking a mais de 3 anos, o cabeleireiro especialista em corte e pintura Danilo Linhares conta que não se arrepende de ter desfeito do seu próprio salão. “Eu estava tendo um custo muito alto para manter as portas abertas. Tinha mês que quase não sobrava dinheiro, pois o valor ia todo para pagar contas e comprar insumos”, lembra.
O que mais chama atenção do cabeleireiro é a facilidade e lucratividade desse modelo. “Eu pago uma taxa por dia de uso do espaço, mas mesmo assim, está sendo muito melhor para mim. Normalmente, vou duas a três vezes por semana, dependendo da quantidade de clientes que tenho. É compensatório, porque além do salão ficar no Centro, oferece uma grande infraestrutura, com recepção, banheiro e local para guardar pertences. Não preciso nem me preocupar com limpeza, contas de água, energia, telefone e internet, pois tudo está incluído na taxa”, conta.
No mesmo salão onde Danilo trabalha, a maquiadora Elisa Rodrigues também encontrou no coworking uma forma de alavancar seus serviços. “Atendia em casa ou visitava o cliente. O problema é que moro em um bairro distante do Centro e nem sempre tinham disposição de ir até mim ou a iluminação na casa das pessoas não era a mais adequada. Sem falar que eu precisava ficar carregando todo meu material e perdia tempo com deslocamento”.
Para Elisa, essa modalidade de trabalho traz diversas vantagens. “Uma delas é ter um ponto fixo onde seus clientes podem achá-la. O local também é bem espaçoso e tem recepção para aguardarem atendimento. Outro ponto é que, por ser um espaço compartilhado, é bom para conquistar novos clientes. Aqueles que vão fazer unha, cabelo ou qualquer outra coisa, acabam conhecendo meu serviço. Estou faturando quase o dobro de quando trabalhava sozinha. Parte do lucro que tenho invisto em cursos de aperfeiçoamento”, afirma.
No ramo da psicologia também é possível encontrar coworking, como é o caso de Marília Fernandes. Formada a um ano e meio, ela conta que não conseguiu montar seu próprio escritório para atendimento. “Locação de sala comercial gira em torno de R$ 2 mil, fora outros custos extras. Esses gastos pesam no bolso para quem está começando, sem falar que não tem muitos clientes ainda. Esse modelo de coworking é ótimo nesse sentido de dar o pontapé inicial no seu projeto a um preço mais justo”.
Marília explica que no escritório compartilhado onde trabalha há vários preços para locação. “Se for um plano mensal custa cerca de R$ 600. Eu optei por pagar a diária que sai por R$ 30. Uso o local três vezes na semana das 8h até às 19h. Tem sido maravilhoso para mim, tenho meu cartão de visitas, um bom espaço, bem localizado e recepção. Também tenho colegas de profissão perto de mim, o que é bom para compartilhar experiências”, conclui.
Fonte: Perfil dos coworkers
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