Desde março, a pandemia mudou a forma como as pessoas trabalham. O resultado imediato para parte das empresas e serviços foi a adesão a um home office forçado. Apesar de imprevisto, esse movimento somado a uma mudança no panorama econômico do País deu fôlego novo à discussão sobre os espaços de trabalho e oportunidade para empresas que oferecem soluções flexíveis, como o coworking e outras modalidades.

Fernando Bottura, CEO da GoWork, conta que o segmento vivia um momento de crescimento antes da quarentena. A companhia teria crescido 200% em 2019. “As empresas estavam cada vez mais convencidas que o modelo de escritório precisava ser mais prático”, explica o executivo. Lucas Mendes, diretor geral da WeWork no Brasil, confirma o cenário. Há três anos no País, a empresa já conta com 30 unidades.

A pandemia trouxe, naturalmente, uma diminuição na circulação de pessoas nos escritórios. Nesse período, os players do setor buscaram se adaptar aos protocolos sanitários para manter a segurança no espaço. Lucas narra também um esforço para apoiar os clientes que precisaram migrar para o modelo remoto. A WeWork emprestou mesas e cadeiras para que os funcionários de seus clientes pudessem se adaptar com conforto ao home office.

Ao mesmo tempo, a crise trouxe oportunidades para o setor. Devido aos impactos econômicos muitas empresas precisaram reduzir suas equipes. Outras, no entanto, viram a demanda por seus serviços crescer e tiveram que aumentar a operação. Nesse cenário, as soluções de compartilhamento e locação são uma alternativa. “A flexibilidade é uma vantagem para essas mudanças de tamanho”, afirma Lucas Mendes.

O momento de incerteza também deixou as companhias mais suscetíveis a inovações em seu modelo de trabalho. “A necessidade de flexibilização tende a impulsionar o que é novo e mais prático”, conta o CEO da GoWork. Apesar de o próprio home office ter despontado como uma solução para o trabalho e os cortes de custo no pós-pandemia, o setor aposta nos espaços físicos como fonte para colaboração e aprendizado entre os profissionais.

“Nós veremos os escritórios como hubs de interação”, aposta Fernando. Algumas empresas já tem buscado trazer esses valores para dentro de sua operação. A Housi, plataforma de moradia por assinatura, aderiu ao trabalho remoto de maneira permanente e disponibilizou estações de trabalho nos empreendimentos que gerencia como ponto de colaboração entre os funcionários e alternativa para aqueles que se sentem mais produtivos fora de casa.

Nesse sentido, os executivos afirmam que é importante manter o foco no bem-estar dos colaboradores, apesar das mudanças. “No futuro do trabalho, os profissionais serão vistos como um grande patrimônio e uma boa experiência serve para atrair talentos”.

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